Juramento de uma Bruxa




Juramento de uma Bruxa 

(Rae Beth)

Que eu seja como a que tece o pano na floresta, profundamente escondida. 
Que eu possa fazer o meu trabalho sem interrupção. 
Que eu seja uma exilada, se este é o sacrifício. 
Que eu conheça a procissão sazonada do meu espírito e do meu corpo, e possa celebrar os quartos em cruz, solstícios e equinócios. 
Que cada Lua Cheia me encontre a olhar para cima, nas árvores desenhadas no céu luminoso. 
Que eu possa acariciar flores selvagens, cobri-las com as mãos. 
Que eu possa libertá-las, sem apanhar nenhuma, para viver em abundância. 
Que meus amigos sejam da espécie que ama o silêncio.
Que sejamos inocentes e despretensiosos. 
Que eu seja capaz de gratidão. 
Que eu saiba isso como o meu gato, no sangue e nos ossos.
Que eu fale a verdade sobre a alegres e a dor, em canções que soem como o aroma do alecrim, como todo dia e na antiguidade, erva forte da cozinha. 
Que eu não me incline a auto-integridade e a auto-piedade. 
Que eu possa me aproximar dos altos trabalhos da terra e dos círculos de pedra, como raposa ou mariposa, e não perturbar o lugar mais que isso. 
Que meu olhar seja direto e minha mão firme. 
Que minha porta se abra àqueles que habitam fora da riqueza, da fama e do privilégio.
Que os que jamais andaram descalços não encontrem o caminho que chaga a minha porta. 
Que se percam na jornada labiríntica. 
Que eles voltem. 
Que eu me sente ao lado do fogo no inverno e veja as chamas brilhando para o que vier, e nunca tenha necessidade de advertir ou aconselhar, sem que me peçam. 
Que eu possa ter um simples banco de madeira, com verdadeiro regozijo. 
Que o lugar onde habito seja como uma floresta. 
Que haja caminhos e veredas para as cavernas e poços e árvores e florestas, e animais e pássaros, todos conhecidos e por mim reverenciados com amor. 
Que minha existência mude o mundo não mais nem menos do que o soprar do vento, ou o orgulhoso crescer das árvores. 
Por isso, eu jogo fora as minhas roupas. 
Que eu possa conservar minha fé, sempre! 
Que jamais encontre desculpas para o oportunismo. 
Que eu saiba que não tenho opção, e assim mesmo escolha como a cantiga é feita, com alegria e com amor. 
Que eu faça a mesma escolha todos os dias e de novo. 
Quando falhar, que eu me conceda o perdão. 
Que eu dance nua, sem medo de enfrentar meu próprio reflexo.

Rae Beth

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